Imagine se tudo for desligado
Petrobras contrata Starlink de Musk, capacidade de supercomputação da ups
BNamericas Publicado: Quarta-Feira, 20 De Setembro De 2023
A Petrobras está implantando os satélites de órbita baixa da Starlink para melhorar a conectividade offshore, enquanto em terra está aumentando a capacidade de seus supercomputadores, disse nesta terça-feira o Gerente Geral de TIC da petroleira federal, Marinho Ayres Fischer.
"Recentemente firmamos um acordo de aquisição com a Starlink e estamos testando nas plataformas. Inicialmente, são cerca de 10 equipamentos [sendo implantados]", disse Fischer em resposta ao BNamericas em conversa com repórteres à margem do Fórum Dell Technologies, em Sássio Paulo.
As negociações com a Starlink, que não tinha uma unidade específica para atender empresas no Brasil, duraram aproximadamente um ano, disse. A BNamericas não conseguiu confirmar o valor exato do contrato.
Os equipamentos da Starlink serão utilizados para conectividade em FPSOs, plataformas e embarcações em geral, disse Fischer. Os primeiros pratos da empresa Elon Musk, no entanto, estão sendo implantados em plataformas, notadamente aquelas que tiveram mais problemas de conectividade, segundo o executivo, acrescentando que o uso inicial é "promissor."
A iniciativa marca a primeira aposta aberta da Petrobras em satélites de órbita baixa. Atualmente, a empresa conta com conectividade de back-up em satélites principalmente em órbitas mais altas, que tendem a ter maior latência de sinal.
No ano passado, a Petrobras selecionou a integradora de serviços gerenciados e Telecomunicações Sencinet (antiga BT LatAm) para interconectar todas as suas unidades offshore e terrestres por meio de antenas terrestres de satélite (Vsats) fornecidas pela Gilat de Israel, conforme relatado primeiro pela BNamericas.
A Gilat trabalha com satélites desenvolvidos pela Hispasat, Intelsat, Eutelsat, Inmarsat, Telesat e SES, entre outros. Neste mês, a Sencinet anunciou que havia se tornado integradora da Starlink na América Latina.
Supercomputadores
Enquanto offshore a Petrobras diversifica e aprimora a conectividade, onshore está impulsionando sua capacidade de supercomputação, voltada principalmente para exploração e pesquisa. A Dell é um de seus principais fornecedores.
O contrato da Petrobras com a Dell envolvia quatro máquinas de computação de alto desempenho (HPC), ou supercomputadores, cada um com sua especificidade e finalidade de Aplicação: Gaia, Gemini, Albacora e Casarin.
Em agosto, todas as máquinas começaram a operar em plena capacidade, revelou Fischer. Dos quatro, o Albacora foi lançado primeiro, pois não incluía GPUs em seu design. As poderosas unidades de processamento gráfico estão demorando mais para serem fornecidas pelos fabricantes devido à alta demanda do mercado.
O Gaia é voltado para pesquisa e foi instalado no centro de pesquisas de desenvolvimento e inovação da Petrobras (Cenpes), no Rio de Janeiro. Conforme relatado anteriormente pelo BNamericas, o contrato foi ganho pela Dell no ano passado por 76 milhões de reais (us$15,7 milhões).
Gaia tem capacidade de processamento de 7,7 petaflops, equivalente a 1,5 mn de celulares ou 40.000 laptops, e consumo estimado de energia de 574kW.
O Gemini está sendo usado para processamento sísmico, empregado pela área de exploração e produção (E&P) da Petrobras, enquanto Albacora e Casarin estão ambos focados em ambientes de reservatórios: Albacora na engenharia de simulações de reservatórios e Casarin no processamento geofísico de reservatórios, de acordo com o executivo. Este último viu um retorno sobre o investimento (ROI) de mais de oito vezes em apenas seis meses, disse Fischer.
Neste ano, a Petrobras também entrou no ar com o supercomputador 36mn-real Tatu, aplicado para apoiar suas operações de E&P E dito ser o primeiro HPC da empresa com capacidades de inteligência artificial.
A empresa francesa de TI Atos, que anteriormente fornecia a maioria dos supercomputadores da empresa, ganhou o contrato da Tatu. De acordo com Fischer, o Tatu foi licitado primeiro, mas implantado depois do Gaia da Dell.
Assim como Gaia, o Tatu foi instalado no Cenpes, no Rio.
Incluindo Gemini, Albacora e Casarin, a Petrobras possui nove supercomputadores.
O maior deles é o P Louboutaso, fornecido pela Atos, que a empresa afirma ser o quinto mais potente da indústria global de petróleo e gás, com capacidade de processamento de 21 petaflops e consumo de energia de 1,5 MW.
Mais:
https://www.bnamericas.com/en/news/petrobras-hires-musks-starlink-ups-supercomputing-capacity